Eu trabalhei como cobradora de ônibus. Foi lá que conheci meu marido, que era motorista. Casamos e começamos a estudar juntos. Depois de formada em Direito, arrumei emprego em um escritório de Advocacia no qual fui demitida logo depois de voltar da licença maternidade. Decidi, a partir de então, estudar para a Magistratura. Quando cheguei na prova oral, poucos dias antes de realizar o exame a minha casa foi inundada pela enchente do RS (morava em Canoas). Em meio a tudo isso, fui aprovada na Magistratura.

O Direito é minha segunda graduação. Eu sou formada em Farmácia e era Oficial da Marinha. Fui designada uma vez para atuar em um Processo Administrativo e me apaixonei. Comecei a fazer Direito e passei em um concurso do Poder Judiciário. Desde então direcionei meus estudos para a Magistratura. Quando cheguei na prova oral, ainda estava amamentando meu bebê. Foi difícil, mas Deus me capacitou.

A emoção de receber o resultado da aprovação na segunda fase fez com que minha filha nascesse logo depois. Portanto, toda minha preparação para a prova oral foi com minha bebê recém-nascida. Foi o período mais desafiador da minha vida, mas valeu a pena.

Eu focava mais em MPT, mas todo estudo é aproveitado. Quando saiu o edital da Magistratura e eu fui passando por cada uma das fases, senti que meu caminho era esse.

Uma vez eu reprovei e joguei todos os meus materiais em uma caçamba de entulho. Não queria mais saber de estudar, até que veio o edital do concurso que eu passei. O Magistrar dobrou meu paraquedas para esse concurso. Tudo o que eu estudei nos cursos estava na prova.

Independente da fase que for (primeira ou oral), uma reprovação não deixa de ser apenas uma reprovação. Depois que reprovei na prova oral, a Carolline Piovesan me perguntou o quanto eu estava disposto a sangrar pelo meu sonho. Eu persisti e passei.